domingo, 19 de junho de 2016

Afinal, as Taurus prestam ou não? Defeitos e qualidades

Tema muito controverso e delicado quando falamos sobre a qualidade das armas da Taurus, afinal muitos defeitos notoriamente já se apresentaram.


Na internet pululam comentários e até mesmo vídeos apontando inúmeros defeitos e panes nas armas da Taurus, porém devemos sempre considerar alguns fatores, sem defender a empresa, mas sim os consumidores e aqueles que se utilizam de tal armamento, seja em sua defesa pessoal, da residência, em sua profissão ou simplesmente como esporte. Claro que existem defeitos, mas nem todos são "só" da arma em si. 

Neste ponto, tenho amigo no clube de tiro que costuma repetir incansavelmente que não adianta uma arma boa, infalível, na mão de um atirador ruim, indo além e frisando que a partir de determinado momento o que mais importa é a mão, a destreza de um bom atirador, no que concordo em grande parte.

Quando estamos lidando com armamento, além do devido respeito a tal ferramentas, é preciso que conheçamos a fundo a mesma e, sobretudo, mantenhamos esta sempre em condições de uso.

Da mesma forma que um açougueiro deve constantemente afiar sua faca para destrinchar e separar a carne que venderá a seus clientes, ou que o marceneiro deve volta e meia "travar" o serrote para obter um bom e rápido corte, o atirador também deve manter a manutenção constante de sua arma de fogo. Não adianta deixá-la eternamente escondida embaixo do colchão úmido, por meses ou até anos à fio, e esperar que na hora que precisar ela vá atirar. Não. Não vai. Isto seria o mesmo que nosso açougueiro do exemplo atrás deixar sua faca enferrujada e cega e dali, não mais do que de repente, pretender bom corte de carne rija com a mesma. 

Se por outro lado você é um profissional da área de segurança, seja privada ou da força policial, a primeira coisa que deve fazer ao receber arma que não é sua será a desmontagem de primeiro escalão, limpeza e lubrificação conveniente. Montar e ciclá-la vigorosamente, ter certeza que funciona e que o botão de desmontagem não ficou acionado. Sem o carregador e tendo conferido visualmente e pelo tato que a câmara está vazia, dar um tiro seco. Ciclar novamente. Testar. Afinal, do bom funcionamento de sua arma e da correta limpeza e montagem pode depender a sua garantia de defesa e quem sabe até mesmo sua VIDA. 

É claro que panes podem ocorrer. Em uma pistola então, as chances de pane são inúmeras, indo desde munição ruim que não cicla o ferrolho convenientemente a outras mais graves, aí sim de fabricação. Tanto existem modelos da Taurus que efetivamente apresentam problemas que a fábrica tira estas de circulação, substituindo-os por outros. E aqui outro ponto da grande importância de conhecer sua arma, disparar inúmeras vezes com ela no estande de tiro. Se você vê que ela não é boa ou apresenta reiterado defeito (e este não é por conta de munição ruim, de projétil com metal muito mole ou recarga mal feita) notifique e exija a troca pela Taurus. Acredite, a Taurus não costuma dificultar isso. Logicamente, se você não exigir seus direitos, não adiantará de nada só ficar reclamando nas redes.

Quanto aos revólveres da Taurus, observa-se que não se ouvem muitas reclamações. Em geral tem acabamento relativamente bom e funcionam sem maiores problemas. Os maiores calibres então, restritos, são bem reforçados e muito bem balanceados, sendo os extremos .44 magnum e .454 Casull armas excelentes, onde o recuo não é tão violento quanto se espera, haja vista o bom balanceamento de tal armamento. Veria com restrições apenas os revólveres menores, chamados vulgarmente de "batatinha" ou "bigodinho", sobretudo os do tipo "multi alloy" ou "titanium" e apenas por desconhecer os mesmos, já que não tive até o momento oportunidade de testá-los. Quiçá quando tiver poderei emitir opinião melhor embasada. 

Enfim, o pior defeito de qualquer arma, seja Taurus, seja qualquer outra marca, é você não tê-la. No mais é cuidar convenientemente com as cautelas e manutenções necessárias aquele que você possui. 

Até logo mais!



Crédito das fotos deste post:
Google Images



Um comentário:

  1. Excelente texto, concordo com ele integralmente. Não basta ter uma arma boa, há a necessidade de manutenção/limpeza constante, sobretudo para quem porta o equipamento, uso de munição de qualidade e treinar sempre que possível. Tenho uma PT 638 e depois de "amaciada" quando nova e revisada pelo armeiro, não "engasga" e não nega fogo, funciona normalmente. Sua arma deve ser parte do seu corpo, cuide muito bem dela. Ad sumus!

    ResponderExcluir